segunda-feira, 20 de abril de 2009

Prefeitura de Joinville e Abrigo Animal não se entendem

Por Tatiana de Souza

Mais de 1.300 animais podem voltar às ruas da cidade


Carlito Merss disse não aos projetos do Abrigo Animal, que, ameaça devolver às ruas da cidade os 1300 animais que cuidam. A presidente da instituição, Cristina Nachtigall teme pelo rompimento do convênio de R$ oito mil que existe entre Secretaria Municipal da Saúde e ONG. A conversa entre as lideranças ocorreu após 60 dias de tentativas e resultou no fechamento da associação para o recebimento de mais animais. No entender de Cristina o encontro foi cercado de ironias e falta de interesse por parte de Carlito. Que alegou não gostar de animais e achar engraçado alguém se preocupar tanto com eles. O prefeito se defendeu afirmando que gostar ou não de animais não interfere na administração. “O Ministério Público obriga a construção do Centro de Zoonose. É lei e eu tenho que cumprir”, declarou. Com relação ao Abrigo Carlito afirmou que o repasse da verba está em dia e que o convênio não será rompido.

Os voluntários do Abrigo Animal alegam que o Centro de Zoonose prevê apenas matança de animais e por isso são contra este projeto. Cristina afirma que se for percebido a falta de cuidado com os bichos, o Abrigo vai denunciar a prefeitura ao Ministério Público. O médico veterinário da Vigilância Epidemiológica de Joinville, Ítalo Osmar Lenz, explica que o Centro não prevê a morte dos animais. “Nós somos contra o extermínio de animais”. Segundo ele o espaço vai atender denúncias de maus tratos e de animais acidentados. A lei federal que regulariza a construção de Centros de Zoonose proíbe a construção de salas cirúrgicas no terreno do Centro. Por isso o poder público quer fazer parcerias com clínicas veterinárias particulares para garantir as castrações e outros procedimentos cirúrgicos.

A Vigilância Epidemiológica de Joinville pretende desenvolver um projeto para identificação dos animais do município. “Ainda não sabemos se será com implantação de chip ou tatuagem”, conta Ítalo. Mas, esse processo vai garantir a identificação com eficiência quando o animal estiver perdido. Outro plano é mostrar aos donos de animais os benefícios da castração. Em meados de 2008 a prefeitura fechou convênio com a ONG Abrigo Animal para castração de 200 animais da instituição, porém a Secretaria de Saúde recebeu denúncias de que animais de amigos das voluntárias da ONG estavam sendo castrados no lugar dos que a instituição cuida. Mesmo nenhuma destas denúncias sendo comprovadas a prefeitura não renovou o contrato.


O que prevê o projeto do Centro de Zoonose

A construção do Centro de Zoonose em Joinville vem sendo discutido desde da administração anterior. Nesse período, a verba de R$ 600 mil, destinada pelo Ministério da Saúde para execução da obra, já voltou ao governo federal duas vezes. Agora, com o projeto aprovado a Prefeitura de Joinville aguarda o depósito do dinheiro para dar início a construção. Após o recebimento o município deve entrar com contrapartida de R$ 200 mil e tem prazo de seis meses para conclusão da primeira etapa. O terreno com área de 35 mil metros quadrados receberá canis, área administrativa, sala para triagem e depósito. A primeira parte do prédio terá 800 m².

Quando recolhidos os animais serão tratados e esperam seus donos por três dias. Caso não sejam procurados vão para adoção. Jeane Regina Vieira, gerente das Unidades de Vigilância em Saúde de Joinville, conta que este projeto não vai substituir o Abrigo Animal. “O trabalho que eles (Abrigo Animal) prestam, embora não esteja de acordo com os padrões de higiene estabelecidos pela vigilância sanitária, deve continuar pois o Centro não vai abrigar animais” vai apenas tratá-los e em seguida encaminhar para adoção. Joinville também sofre com o problema dos carroceiros, que muitas vezes maltratam seus cavalos. Estes quando forem tratados no Centro de Zoonose serão encaminhados para leilões.


Suposto desvio de verba para o Abrigo Animal

Nos últimos dias a ONG Abrigo Animal se envolveu num suposto escândalo de desvio de verba pública. Segundo o Ministério Público de Santa Catarina o desvio teria sido feito pela tesoureira do Abrigo e ex-cargo de confiança da Fundema, Osnilda Bachtold, o processo gira em torno de dois cheques no valor de R$ 2 mil cada. A Presidente do Abrigo, Cristina Nachtigall, afirma que isso não é verdade, pois a instituição nunca recebeu nenhuma ajuda da prefeitura, além do convênio com a Secretaria de Saúde no valor de R$ 8.644. Cristiane garante que toda a prestação de contas está disponível na contabilidade da ONG e pode ser consultada por qualquer pessoa. E acha estranho a denúncia de desvio de verba acontecer quatro dias após a conversa entre prefeito e Abrigo.

Questionado sobre a denúncia aos meios de comunicação ter sido feita por ele, Carlito reagiu dizendo “ou essa mulher é louca ou ela é uma mentirosa”. O prefeito contou que a reunião entre a ONG e ele foi desorganizada e teve ameças partindo das voluntárias do Abrigo além de gritos e conversas paralelas entre elas. “Algumas vezes eu até pedi para nos organizarmos, pois não tinha como acontecer uma reunião produtiva no meio de uma bagunça”, alegou Carlito.

Um comentário:

  1. Não vejo a hora desse Prefeito se cassado
    é Carlito criticar é fácil administrar é que são elas

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