Mais uma análise do fazer jornalístico

Por Tatiana de Souza

Nos Capítulos 4, 5 e 6 do livro Jornalismo e Desinformação de Leão Serva o autor trás alguns conceitos para explicar porque o jornalismo atual desinforma. Acredito ser necessário antes de fazer uma análise crítica do texto expor quais são as definições que Serva nos apresenta de três conceitos básicos.

Omissão: é a ausência de informação causada por falta de condições do órgão da imprensa de obtê-la. Encaixam-se aqui problemas técnicos, financeiros, etc. Para que aja a omissão o fato tem que ter ocorrido e se propagado para os diversos meios com exceção daquele veículo.

Sonegação: A informação chegou até o veículo, porém por algum motivo não foi dada. Ou por erro de edição ou qualquer outro motivo.

Submissão: embora a informação tenha sido noticiada tem uma edição que não permite ao receptor compreender e deter a sua rela importância ou mesmo seu significado.

Com o jornalismo que é feito nos dias de hoje fica quase impossível para o repórter se prevenir de qualquer tipo desta definições e produzir algo “puro”. Todo o processo de produção da notícia é rodeado de edições que limitam o entender do receptor. Não que o receptor seja um burro e não saiba diferenciar as coisas. Mas, é fato que o processo de edição elimina, ou por conveniência ou por descuido, partes importantes para o entendimento. A questão de o jornalista receber o material pronto da assessoria sem estar no evento é um dos fatores que leva o profissional a cometer o conceito de omissão. Alguma coisa aconteceu que o repórter não pode estar no evento e aí apresenta ao seu leitor uma visão de assessoria, que não permite o lado crítico do que aconteceu.

A partir do conceito de submissão podem-se obter dois outros conceitos, sendo o segundo mais comum, no meu ponto de vista, nos veículos locais (A Notícia e Notícias do Dia). O primeiro conceito é quando a submissão atinge um grau de “desinformação informada” a informação acontece, porém ela dificulta o entendimento do fato. Já a segunda definição e a “desinformação funcional” e essa é mais típica nos veículos joinvilenses. Embora todos os veículos veiculem a informação o entendimento continua falho, pois não aprofundamento do tema.

É o que Leão Serva fala para explicar o fenômeno de metralhadora de signos. Segundo o autor é nisso que os jornais se transformaram, em meios que apenas “vomitam” a informação sem dar tempo e condições para o receptor analisar o assunto. O jornal está saturado de informações e neste processo uma matéria anula o poder de informação da outra deixando o leitor ao fim da leitura com “ar de não entendi”.